Lísias e Edgar: atos que fazem a diferença

Quem acompanha a história política de Cascavel sabe que nossas lideranças têm dificuldades para falar a mesma língua. Talvez por questão de princípio, convicção, visão de vida, enfim. O ex-prefeito Lísias Tomé, por exemplo, dividiu seu tempo entre atender clientes no consultório médico, assinar documentos no gabinete, delegar quase todas as suas responsabilidades e fazer exercícios físicos, até porque é cardiopata. O sucessor Edgar Bueno chega no gabinete às 6h30min, muitas vezes almoça no local e fica atendendo quase sempre até 23hs. Faz isso para agilizar a burocracia infernal que exige, por exemplo, nada menos que 22 assinaturas diversas em qualquer processo de compra. E se uma vírgula for colocada fora do lugar, tudo é suspenso de imediato e até anulado. Tudo bem que o povão cobra resultados e não quer saber disso. Mas a verdade é essa.

O funcionalismo esqueceu?
Certa feita, Lísias recebeu o Noraci Nonato, ouviu o pedido de recuperação salarial e decidiu anunciar imediatamente que daria determinado percentual atendendo parte do pedido. Quando o então secretário das Finanças, que não havia sido consultado, escutou a notícia na Tarobá, procurou o chefe e informou que a arrecadação prevista não comportaria pagar a folha majorada. Na mesma hora, o alcaide deu uma guinada e cancelou o reajustamento. Tudo isso num intervalo de tempo não superior a quatro horas. Lembram?

Frare deu o alerta
Agora a situação é outra. O secretário das Finanças, Luiz Frare, não precisou ser chamado para procurar o gabinete e mostrar os números da arrecadação em queda e suas projeções desanimadoras. Indagado a respeito, não hesitou em afirmar que seria imprudência repassar índices à folha, pois existe risco de o FPM e ICMS continuar baixos e, logo alí, haver necessidade de fracionar o pagamento dos salários em duas ou três vezes. O que aconteceu depois, todo mundo sabe. Como também sabemos que o Edgar não voltará atrás, a menos que o Frare enxergue luz no final do túnel.