sábado, 26 de setembro de 2009

Cascavel "estourou" e bandidos fazem a festa

Na gíria policial uma "cidade estourada" é aquela em que as forças da lei não conseguem controlar os grupos criminosos e o resultado disso reflete no número alto das mais variadas ocorrências delituosas. Cascavel pode muito bem ser enquadrada nessa definição. Na região do calçadão, ou seja, no coração, estão ocorrendo arrombamentos, roubos, assaltos e furtos numa proporção alarmante. Há quem diga que é um caso a cada madrugada. Lojas grandes, médias e pequenas já receberam as visitas dos marginais e contabilizaram prejuízos consideráveis. Muitas vítimas repetem o erro e não aparecem na 15ª SDP para fazer o registro. Na verdade, nem fazem questão de ajudar a Polícia, tão descrentes que estão. Um empresário teve sua casa de negócios arrombada seis vezes consecutivas. Nas últimas quatro nem passou perto da PM ou da Civil. Isso só ajuda o crime.

NÚMEROS OFICIAS SÃO FALSOS
As quadrilhas especializadas tem olheiros em toda a parte e acompanham cada passo da imprensa e dos policiais. Se uma "visitinha" delas fica no anonimato, logo os visitantes retornam à área e continuam os trabalhinhos sem maiores preocupações, até porque a viatura da Lei só aparecerá se for chamada. E isso bem mais tarde. Começa que a desatualização dos registros leva o comandante da PM e o delegado chefe da Civil a informar números maquiados, bem aquém dos verdadeiros. O secretário de estado da Segurança recebe dados inverídicos, finge acredita neles e repassa ao governador um quadro mentiroso a refletir falsa sensação de segurança.

POLÍCIA BABACA E OTÁRIA
Enquanto isso, na aldeia, os agentes ficam impotentes no combate ao crime pois são cada vez menos nos contingentes e estão sobrecarregados de trabalho, cumprindo jornadas extras constantemente, comprometendo a saúde, o desempenho, a vida deles e a dos outros. Madrugada dessas apenas duas viaturas da ronda preventiva estavam circulando pelo perímetro urbano de Cascavel, tido como o segundo maior de todo o Paraná. Nos rádios da patrulha se tornaram frequentes as interferências desautorizadas e os policiais se obrigam a escutar gracejos do tipo: "ô babaca, nóis já assaltamo, carregamo a muamba, tamo escondido e ninguém vai achar nóis. Vá se ferrar, otário...".

RIFIFI NA RODOVIÁRIA
É bom que fique claro uma coisa: a Cettrans não tem autorização e nem obrigação de manter guarda armada a fim de proteger os guichês da ação dos marginais. Essa tarefa é responsabilidade legal da Polícia Militar que até ganhou um posto dentro do terminal Helenise Tolentino e mantinha equipe nos três turnos. Na medida em que os policiais militares foram dando baixa e não houve reposição, o comandante Borges se obrigou a destivar vários serviços e um deles foi exatamente o da rodoviária. O pessoal da Cettrans que circula na madrugada faz a fiscalização dos serviços prestados no local, ou seja, controlando movimentação dos coletivos e a correta utilização das dependências. Nenhum dos servidores tem preparo ou respaldo legal para se atracar no cacete com arrombadores sempre de olho nos computadores das empresas. Alguns responsáveis pelos guichês tiram os equipamentos do raio de visão dos ladrões e diminuem os atrativos. Outros deixam de lado esse cuidado e amargam prejuízos consideráveis. Nunca é demais lembrar que os assaltantes costumam agir embalados pelos efeitos de drogas e não ligam sequer para as câmeras de vigilância existentes no recinto. Muito menos demonstram preocupação com a que existe na parte frontal externa do prédio e que liga o Terminal à sala de comunicação da PM.

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